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À terra onde nasci (Pego)




"À terra onde nasci


É tão linda a minha terra

Que é o Pego freguesia

Por eu gostar tanto dela

Lá construí moradia


I


Foi no Pego que eu nasci

Mas nesse que não tem fundo

Quando vim a este mundo

Em Fevereiro apareci

Só mais tarde é que eu vi

Sendo homem de campo e serra

Que meu destino se encerra

No Pego ter que morrer

Portanto vou-lhes dizer

É tão linda a minha terra


II


Foi lá que fui baptizado

Sendo eu bem pequenino

Se é este o meu destino

Lá quero ser sepultado

No Alentejo tenho andado

Em trabalhos de carvoaria

Nunca ganhei simpatia

Mudar p'ra outro local

Se a minha terra é principal

Que é o Pego freguesia


III


O meu concelho é Abrantes

Santarém o meu distrito

Por isso digo e repito

Algo do que já disse antes

Quase dois mil habitantes

Tem minha terra tão bela

Não vi outra como aquela

No Alentejo, Algarve ou Beira

Tenho lá uma companheira

Por eu gostar tanto dela


IV


Fica ao cimo do Rossio

Por baixo da Concavada

Num planalto situada

Perto do Tejo o grande rio

Lá casei com honra e brio

Com a mulher que preferia

Como uma filha nascia

Mais viriam a aparecer

E p'ra no Pego viver

Lá construí moradia"


João de Oliveira, em "Poetas Populares de Abrantes" - CMA (1997)


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